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Os Artistas destas obras têm todos uma coisa em comum : Não são humanos.

O ano é 1935 e Alan Turing o sujeito – o enredo por desvendar da inteligência artificial, dá os primeiros passos para cimentar a sua posição na história da humanidade.

Turing descreve uma máquina de computação abstrata com memória ilimitada e com um scanner que se move para frente e para trás através da memória, símbolo por símbolo, lendo o que encontra e escrevendo novos símbolos.

As ações do scanner são ditadas por um programa de instruções e armazenado na memória, também na forma de símbolos.

Este é o conceito do programa armazenado de Turing e, implícito nele, a possibilidade de a máquina operar e modificar, ou melhorar, o seu próprio programa.

Este conceito de Turing é agora conhecido simplesmente como a máquina de Turing universal. Todos os computadores modernos são, em essência, máquinas de Turing universais.

 

Então o que é a Inteligência Artificial? Como a definimos oficialmente?

Eis o que diz o Parlamento Europeu:

“A inteligência artificial (IA) é a capacidade que uma máquina para reproduzir competências semelhantes às humanas como é o caso do raciocínio, a aprendizagem, o planeamento e a criatividade. A IA permite que os sistemas técnicos percebam o ambiente que os rodeia, lidem com o que percebem e resolvam problemas, agindo no sentido de alcançar um objetivo específico. O computador recebe dados (já preparados ou recolhidos através dos seus próprios sensores, por exemplo, com o uso de uma câmara), processa-os e responde. Os sistemas de IA são capazes de adaptar o seu comportamento, até certo ponto, através de uma análise dos efeitos das ações anteriores e de um trabalho autónomo.”

Há algoritmos de IA para todos os gostos – algoritmos que nos recomendam filmes na Netflix, que nos preparam playlists personalizadas no spotify, que nos mostram anúncios no Facebook de coisas que estamos interessados e de outras que nem sequer sabíamos que precisávamos. Algoritmos que nos resolvem equações matemáticas e ajudam a provar que não somos robots, provando que conseguimos distinguir semáforos de estradas.

Parecem ferramentas não só úteis, como inofensivas para a humanidade. Porque é que então fantasiamos que um dia os robots vão dominar a humanidade?

Todos já vimos filmes sobre um tipo de IA que se revolta contra os seus mestres e toma controlo do mundo – já todos imaginámos o que acontecerá se um dia víssemos o Will Smith em I-robot, ou a personagem principal em Detroid – Become Human. Mas esquecendo por um momento a fantasia, que “inevitavelmente acontecerá”, que avanços têm sido feitos pela humanidade em termos de IA? Onde se encontram os algoritmos neste momento da história, depois do processamento simples e antes do domínio mundial?

Ao ler o incrível livro de Marcus Du Sautoy, “O Código da Criatividade”, fiquei verdadeiramente impressionado com as capacidades criativas da IA e sinto-me compelido a partilhar os que mais me impressionaram.

 

The Paiting Fool :

Simon Colton quis criar um algoritmo que fosse considerado um dia um artista por si só. Um programa que criasse, por iniciativa própria, ou como vemos descrito pelo próprio Painting Fool no seu website : “I’m The Painting Fool: a computer program, and an aspiring painter. The aim of this project is for me to be taken seriously – one day – as a creative artist in my own right. I have been built to exhibit behaviours that might be deemed as skilful, appreciative and imaginative.”

O primeiro projecto de Paiting Fool (ou terá sido de Colton?) foi o You Can’t Know My Mind” e a ideia era criar retratos de pessoas que visitavam a galeria Oberkampf em Paris. Um retrato pressupõe muito mais do que uma fotografia tirada por uma câmara digital, pressupõe capturar a essência, não só do retratado como do artista. E era este o grande desafio de Colton: como é que o The Paiting Fool iria “sentir?”

Decidiu então pôr o seu algoritmo a ler o “The Guardian” desse dia para determinar o seu estado emocional – tal como a acontece ao seu par inferior, o humano.

Quando se sentassem para um retrato, o algoritmo percorreria o jornal para procurar expressões e palavras que determinassem o seu estado de espírito, por vezes ficava tão deprimido com o que lia que perdia a vontade de pintar de todo e justificava a sua decisão.

Como são então os retratos pintados pelo The Paiting Fool?

 

 

DEEPDREAM GOOGLE

Uma equipa da Google, na tentativa de perceber como é que os algoritmos evoluem e qual o seu processo de pensamento no reconhecimento visual, criou a DEEPDREAM. Um bot consegue distinguir entre um gato e uma banana, jogando eficazmente a um jogo de responder a 20 perguntas para identificar a imagem. O problema é que à medida que a máquina aprende e muda,  o programador começa a perder o rasto das características que estão a permitir a correta distinção entre um gato e uma banana. Não percebem como evoluiu o algoritmo. Numa tentativa de expandir o conhecimento sobre este processo, a Google criou o DEEPDREAM que faz engenharia reversa a este processo e dá como input imagens pixilizadas e pede ao DEEPDREAM que as transforme em imagens reconhecíveis.

Aqui estão alguns dos resultados. Saídos de um filme de terror, ou obras de arte?

BOB – IAN CHENG

Quando entramos na Serpentine Galery somos deparados com BOB – um algoritimo de IA criado por Ian Cheng. Existem 6 BOB na galeria e todos eles evoluiram com personalidades completamente distintas – a particularidade de BOB é que cria o seu código baseando-se nas interações dos visitantes da galeria, garantindo assim que não há 2 inputs iguais. O BOB capta o estado emocional do visitante através de um smarphone.

Uma noite parece que BOB ganhou vida própria. Às três da manhã a galeria foi inundada de luz. Ainda que tenha sido programado para estar ativo apenas durante as horas em que a galeria estava aberta, das 10 as 18, BOB acordou a meio da noite. Quererá isto dizer que BOB está vivo?

EMMY – COPE

Desenvolvido pela necessidade de David Cope de terminar uma ópera, EMMY foi desenvolvido para ajudar a criar música.

Depois de se debater durante 7 anos para terminar a sua obra, com a ajuda de EMMY a obra ficaria completa em apenas duas semanas e tem o nome de Cradle Falling. Decidiu não contar a ninguém que um algoritmo teria participado na sua criação. Um crítico, depois da sua estreia em 1987, afirmou ” Foi muito comovente. Craddle Falling é indiscutivelmente uma obra prima moderna”.

E a vossa opinião?


Os seres humanos são ainda os imperadores do mundo, a raça superior. E na minha opinião não deverá ser uma guerra, ou uma competição. A inteligência artificial está a moldar o mundo como o conhecemos e sabendo utilizar esta nova ferramenta tão poderosa, poderemos melhorar a nossa música, a nossa escrita, a nossa arte, o nosso marketing – a nossa vida. Seja por provocar em nós emoções e ideias únicas, seja por nos auxiliar a ver padrões que escapam ao poder computacional do cérebro humano.

Não sei se algum dia vamos ser dominados por inteligência artificial que ganhou consciência, mas sei que é o futuro trabalhar com IA.

Alguém que consegue criar mais rápido e que não recebe um salário, ou que consegue melhor vendas e resultados de marketing clicando num botão, deverá ser uma prioridade no nosso estudo. A IA não está a caminho, já chegou. E como quando deixou de fazer sentido enviar faxes com a chegada do email e instant messeging, também deixará de fazer sentido colocar o ser humano a fazer algo que consegue ser feito de forma mais eficaz e melhor por um algoritmo.

De que lado queremos estar?

Para terminar, recomendo vivamente a leitura do genial livro “O Código da Criatividade”, que não só explica de uma forma muito mais pormenorizada e competente como funciona a IA, como tem muitos outros exemplos de como os algoritmos vieram para ficar. A minha limitada inteligência analítica impediu-me de compreender todos os pontos deste livro, mas não me impediu de desfrutar e aprender. De me fazer pensar. Sei de alguns amigos, que me poderiam explicar muito melhor o que se passa neste eloquente livro.

Deixo-vos com outras peças criadas por IA e com a pergunta: Se nos faz sentir, se nos faz relacionar, se nos faz pensar, importa quem ou o que criou a arte? Somos menos humanos? Serão menos humanos os algoritmos? Será que somos melhor compreendidos por um algoritmo que consegue ler a wikipédia em horas, ou por um humano com as mesmas experiências?

E já agora: conseguiste identificar as duas frases deste blog escritas por um algoritmo?

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