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Showcase Friday – PATUSKA

O QUE É SER ARTISTA? 

 

 

Para este showcase decidi apostar numa abordagem um pouco narcisista e escrever sobre mim. Esta decisão não veio porque me considero uma artista de grandes proporções que merece ter um blogue sobre ela. Decidi escrever sobre mim, porque considero que dentro de todos nós existe um pequeno artista. 

Como dizia Pablo Picasso “Todas as criaturas nascem artistas. A dificuldade é continuar artista enquanto se cresce.”

Considero que um artista é alguém que tem a necessidade de expor e partilhar a sua forma de pensar, sentir e ver o mundo com os outros. Todos nós o fizemos.

Quando éramos pequenos, tínhamos fome de expressar os nossos sentimentos, pensamentos, sem que ninguém nos pedisse para o fazer, passávamos horas a desenhar a nossa casa, amigos, família e mundos imaginários, porque era a forma como percecionávamos o mundo,  e para mim isto é ser artista. 

Não considero que alguém tenha que ser talentoso ou tenha que ter criado uma obra inesquecível para se considerar artista. Pois talento advém de esforço, persistência e muito trabalho e uma obra inesquecível depende do feedback do público. Artista é aquele que continua a expor-se por via de diferentes tipos de expressão artística, de cabeça erguida, mesmo que ninguém no mundo o compreenda. 

Como disse o romancista Victor Hugo, “Um grande artista é um grande homem numa grande criança”. E como qualquer outro artista, a minha “carreira” começou na minha infância.

O meu pai era pintor de construção civil, e eu muitas vezes via-o a pintar paredes, achava que também teria o direito e a capacidade de fazer o mesmo e por isso com menos de 4 anos de idade, peguei no batom da minha mãe e fiz o meu primeiro desenho na parede e este foi um ponto sem retorno.

Todas as paredes da casa tinham ou um unicórnio ou um arco-íris da minha autoria, portanto, posso afirmar que o meu pai teve um papel principal na minha habilidade no desenho.

Nós fazíamos frequentemente um pequeno concurso sobre quem era o melhor desenhista, o meu pai apontava para um animal ou um objeto aleatório e cada um de nós teria que o desenhar, sendo que a minha mãe era a júri, completamente imparcial, que deixava o meu pai ganhar imensas vezes.

 

 

Porém, o “boom” do desenvolvimento do meu estilo, aconteceu quando eu tinha 12 anos.

Os meus colegas de turma introduziram-me ao mundo do anime com “Naruto”, e fascinada com o estilo japonês, explorei ainda mais esse mundo, copiando o traço enquanto desenhava as minhas personagens preferidas e, como se diz “A repetição leva a perfeição”.

 

 

Com o avançar da tecnologia e com o mundo da internet comecei a interessar-me pela ilustração digital e comecei a explorar esse mundo. Sem grandes ferramentas ainda, aos meus 18 anos, era eu e o meu computador portátil VAIO, uma internet de 1mb/segundo e o meu rato de computador, sem deixar obviamente o método tradicional de lado.

 

 

Considero que um artista não precisa necessariamente de seguir uma carreira profissional nesta área, um artista pode ser um artista fechado em quatro paredes, a explodir de criatividade e a derramar sentimentos e pensamentos por meio de palavras, gestos, ou criações próprias.

Nunca senti a necessidade do meu trabalho ser reconhecido pelos outros, e não é de todo aquilo que procuro quando faço uma pintura ou um desenho, aliás nunca soube colocar preço nas minhas criações porque não consigo compreender que valor eles têm, para mim os meus desenhos significam o mesmo que um sorriso ou uma lágrima derramada.

Porém, sei reconhecer que nesta área um artista que procura reconhecimento e sucesso necessita de colocar um preço nas suas expressões artísticas, principalmente quando a criação já não é para o artista mas para alguém em específico, para um público em específico, e que o artista necessita de trabalhar em prol de transmitir uma mensagem específica.

 

 

Os meus desenhos não têm de todo uma mensagem, e por isso, eu desenho um pouco de tudo. Os meus desenhos são um meio de escapatória para me expressar, expresso em representar o que gosto, o que não gosto, como me sinto e como vejo o meu redor. Para alguém que já sofreu de depressão e ansiedade, os meus desenhos eram a representação das emoções que tinha acumuladas e que necessitavam de sair para não transbordar e explodir, é o que me mantém em pé, o que me mantém viva. 

Por não ter esta necessidade de reconhecimento, optei por não seguir uma carreira profissional do foro artístico e dedicar-me a uma área na qual sei que iria ter retorno praticamente garantido. Mas à medida que fui crescendo entendi que era mais importante fazer algo que gosto, que me motiva a aprender mais, a desenvolver mais, do que fazer algo rotineiro todos os dias por fazer, sem significado para mim e talvez sem significado para os outros. 

Continuo a frisar, não sou famosa, nem uma artista reconhecida, mas sou como vocês, alguém com vontade de se expressar, que em vez de chorar, gritar ou rir, prefiro pegar num lápis e desenhar.

 

 

 

 

Costumo dizer que o meu nome artístico é Patuska, não é porque acho que vou ser um Picasso e por isso preciso de um nome artístico.

É Patuska porque é com Patuska que me identifico e não com Patrícia. A Patrícia é a pessoa que apresento às pessoas que acabo de conhecer, a Patuska é alguém que apresento quando acho que posso ser eu mesma perto das pessoas e que posso me expressar livremente.

A Patrícia é só uma estudante finalista do curso de design a viver em Coimbra.

A Patuska é a catwoman portuguesa, obcecada por gatos, vive com quatro que são bizarros, tenta convencer o namorado todos os dias para ter mais um gato, fala demasiado sobre gatos e tudo gira à volta de gatos. A Patuska para além de gostar de vestir preto, para realçar os pelos dos seus gatos, é amante de queijo, chocolate e adora festa e conhecer locais diferentes. A Patuska é a que se expressa por desenhos e preenche a casa com pinturas e desenhos de …gatos, maioritariamente.

 

 

 

 

 

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