Jack White: O Homem, o Mito, a Lenda
As Origens do Mito
John Anthony Gillis nasceu a 9 de julho de 1975 em Detroit, Michigan. Jack veio de uma família grande e católica. O pai era superintendente de manutenção e a mãe era secretária na arquidiocese de Detroit. Segundo Jack, ele esteve muito perto de entrar num seminário, mas desistiu porque receava que não o deixassem levar o seu novo amplificador. Desde pequeno, Jack adorava blues, sendo “Grinnin’ In Your Face” de Son House a sua música preferida e de maior influência.
Antes de se tornar um ícone do rock, Jack White dedicou-se à arte da estofagem. Ele começou a aprender o ofício aos 15 anos, fazendo um estágio de três anos com um amigo da família, Brian Muldoon. Durante este período, Jack teve a ideia de deixar notas dentro da mobília. Como ele dizia: “How come we don’t write notes to each other? We’re the only ones who see the insides of this furniture.”
Foi Muldoon que apresentou Jack ao punk rock e o incentivou a formar uma banda. Os dois criaram a banda The Upholsterers e gravaram um álbum intitulado “Makers of High Grade Suites”.
O Nascimento dos The White Stripes
A história de Jack não seria a mesma sem Meg White. Eles conheceram-se em 1994, no restaurante Memphis Smoke, onde Meg trabalhava como empregada de mesa. Naquela altura, Meg tinha aspirações de ser cozinheira, mas o destino tinha outros planos para ela. Em 1996, Jack e Meg casaram-se e, numa reviravolta à tradição, Jack adotou o apelido White. Meg aprendeu a tocar bateria, e os dois formaram os The White Stripes em 1997, tornando-se uma das bandas mais influentes da época e até hoje.
Outros Projetos e Bandas
The Raconteurs: Após The White Stripes, Jack White formou The Raconteurs em 2005 com Brendan Benson, Jack Lawrence e Patrick Keeler. O primeiro álbum, “Broken Boy Soldiers” (2006), e o segundo, “Consolers of the Lonely” (2008), receberam aclamação crítica e comercial, destacando-se com singles como “Steady, As She Goes”. Jack White descreveu esta colaboração como “uma oportunidade para explorar diferentes direções musicais e expandir os horizontes criativos”.
The Dead Weather: Em 2009, Jack White fundou The Dead Weather com Alison Mosshart, Jack Lawrence e Dean Fertita. O som da banda é mais pesado e sombrio, com destaque para os álbuns “Horehound” (2009) e “Sea of Cowards” (2010).
Carreira a Solo
Jack White lançou o seu primeiro álbum a solo, “Blunderbuss”, em 2012, seguido por “Lazaretto” em 2014, que quebrou recordes de vendas de vinil. “Boarding House Reach” (2018) explorou novos territórios sonoros, e em 2022, Jack lançou dois álbuns: “Fear of the Dawn” e “Entering Heaven Alive”. Cada álbum mostrou a sua capacidade de inovação e exploração musical.
A Paixão pelo Vinil
Jack White também fundou a Third Man Records, uma gravadora independente focada em lançamentos em vinil e na preservação da música. A Third Man Records apoia tanto os trabalhos de Jack quanto de outros artistas, promovendo uma vasta gama de projetos musicais e eventos ao vivo. Jack White destaca-se pela sua filosofia anti-digital, não tem presença online ativa, não permite o uso de telemóveis nos seus concertos, grava as suas músicas de forma analógica e acredita que “Gravar música não deve demorar mais do que alguns dias, porque isso estraga a performance original.” Esta filosofia foi comprovada quando ele estabeleceu o recorde para a gravação mais rápida de um vinil. Por ter este apreço pelo vintage, e por ser dono da Third Man Records, Jack White inclui sempre uma surpresa nos seus álbuns.
No álbum “Lazaretto”, além de tocar ao contrário, o vinil possui uma faixa escondida e um holograma de um anjo que aparece quando iluminado corretamente, sendo reconhecido como um dos vinis mais excêntricos da atualidade. Além disso, ele é membro do conselho da National Recording Preservation Foundation da Biblioteca do Congresso, mostrando o seu compromisso com a preservação da música.
Jack White é uma figura inigualável no mundo da música. A sua originalidade e paixão fazem dele uma verdadeira inspiração. Quer seja com os The White Stripes, nos seus projetos paralelos ou a solo, Jack continua a deixar uma marca indelével no mundo da música. E nós, fãs, só podemos agradecer por isso!
