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Ambientalistas Luxuosos

Quando todas as pessoas do mundo foram mandadas para casa e obrigadas a ficar em isolamento, tudo foi posto em pausa. Fábricas deixaram de funcionar, os transportes públicos foram reduzidos, espaços de convívio fechados a sete chaves e milhares de empresas paradas! Tudo, por tempo indefinido.

O efeito que isto teve não foi promissor. A economia desmoronou, milhares de pessoas ficaram isoladas e a pandemia em si, levou a milhares de mortes.

Mas terá sido tudo mau? Com o mundo a um ritmo muito mais baixo, a redução da poluição foi notável em qualquer lado! Aumentámos a consciência ambiental, social e de solidariedade. Ou, pelo menos, eu gosto de acreditar que sim.

Isto leva-nos a acreditar que o Marketing sustentável passa a ser uma prioridade para todas as empresas e que deverá existir uma adaptação a um modelo mais amigo do ambiente. Este modelo, não deverá apenas passar pela comunicação transmitida, mas sim aplicado numa estratégia ecológica em todos os departamentos.

O objetivo será criar o máximo de produtos e serviços que equilibrem a qualidade com finanças e utilidade para os consumidores, com o mínimo impacto no meio ambiente. Pode parecer uma adaptação difícil, demorosa e exigente, mas há diversas coisas que podem ser alteradas num futuro próximo e que farão uma grande diferença:

  • Reciclagem;
  • Economizar água (no dia a dia ou na produção)
  • Utilizar produtos de origem vegetal, em vez de poluentes;
  • Colaborar com causas ambientais;
  • Usar materiais biodegradáveis;
  • Procurar formas de aumentar a durabilidade dos produtos da empresa;
  • Acabar com os testes dos produtos em animais;
 

Se começares por aqui, já podes considerar a tua empresa uma empresa green e amiga do ambiente!

A ajuda para um mundo melhor será notável e a mudança de consciência de todos os que trabalham contigo. E isto é só o começo! A mudança começa em nós e nos que rodeiam o nosso meio, mas tu queres ir mais longe.

A comunicação não tem um público específico, porque esta mensagem é para todos os géneros, idades, raças e feitios. Se o mundo é de todos, a preocupação é de todos também. Mas a forma como vais comunicar para cada um deles, pode e deve ser adaptada.

As crianças e os jovens crescem cada vez mais conscientes destas causas, mas os adultos têm muitos vícios e difíceis de alterar. Vamos querer causar impacto!

Não será difícil chamar a atenção para o assunto, sendo cada vez mais referido em todas as campanhas de várias marcas, assim como pelas celebridades que as representam. Isto ajuda na implementação e divulgação do tema da sustentabilidade. As personalidades que representam as marcas estão cada vez mais conscientes, começando por mudar os seus hábitos alimentares, aumentando a produção própria e influenciando a sua audiência a fazer o mesmo. Isto não acontece só porque as marcas que representam estão associadas à área em questão, mas por saberem a força que têm no seu público, especialmente os mais jovens.

É importante referir que, em quase dois anos de pandemia, estas caras que seguimos nas redes sociais e que nos trazem todo o tipo de conteúdo, foram, para muitos, a única companhia! Como resultado, muitas pessoas farão exatamente o mesmo que veem acontecer do outro lado do ecrã. Se isso só tem coisas boas? Não. Se pode ser adaptado e utilizado para fazer melhor? Sim!

Um estudo feito pela IBM mostrou que 77% dos consumidores têm em conta as práticas de sustentabilidade das marcas onde compram e que isso é um fator importante na decisão de compra. É por isto que as empresas apostam cada vez mais em campanhas de marketing sustentável, através de influencers ou não, adaptando a estratégia de comunicação online para se aproximarem dos consumidores para uma maior consciência social e ambiental.

Dentro de uma campanha de marketing sustentável, existem alguns princípios a serem respeitados:

  1. Marketing orientado para o consumidor

Qualquer atividade deve ser realizada na ótica do consumidor, de forma a construir uma melhor relação com os mesmos.

 

  1. Marketing de valor para o cliente

Os recursos da tua empresa, têm de gerar maior valor para o cliente, para que o público seja alcançado e determine um maior retorno.

 

  1. Marketing inovador

A tua empresa tem de estar focada na sustentabilidade nos seus serviços e produtos.

 

  1. Marketing “sense-of-mission”

Apostar em atividades lucrativas, mas nunca esquecendo a responsabilidade social que nela deve estar presente.

 

  1. Marketing social

Queres transmitir um sentimento de pertença e bem estar nos teus consumidores, através de marketing de responsabilidade social, para te distinguires da tua concorrência.

O número de clientes de uma marca aumenta, assim que essa destaca as suas práticas de sustentabilidade, o que significa que o segredo para um bom branding é combinar os valores do nosso negócio com os dos nossos consumidores.

Queres ver porquê?

  • 9 em cada 10 consumidores dizem que a pandemia afetou a sua forma de ver a sustentabilidade (IBM);
  • 90% dos consumidores europeus dizem estar sensibilizados para o consumo sustentável e acreditam que estão a tomar medidas neste sentido (Revista Grande Consumo);
  • 26% dos portugueses consideram que as empresas devem apresentar novas ofertas e soluções mais amigas do ambiente (Revista Grande Consumo);
  • 96% dos portugueses querem que as empresas se comprometam e que os ajudem a melhorar, através da disponibilização de produtos e práticas mais sustentáveis e responsáveis (Revista Grande Consumo);
  • Em 2020, 42% da Geração Z comprou roupa e acessórios em segunda mão.

O Marketing sustentável veio aumentar a venda de produtos em segunda mão, especialmente na área têxtil, revolucionando os métodos de produção e questionando o futuro dos mesmos. O mercado de reutilização de produtos aumenta 12% todos os anos e tem virado tendência!

A Quartier Latin, instalada no Porto há quase 11 anos, foi pioneira neste mercado de segunda mão em Portugal. Vende marcas como Gucci, Prada e Channel, todas pré usadas. Ainda que no início fosse uma vergonha e sinónimo de pobreza, agora é o oposto e nos últimos 3 anos triplicou as suas vendas.

Em 2019, foi lançada a Second Life por Farfetch, onde os clientes podiam vender as suas malas de designer e trocar o seu valor por crédito no seu site. Esta ideia cresceu de tal forma, que o projeto foi alargado para os Estados Unidos num instante. Mas já era em 2010 que Farfecth revendia artigos em segunda mão de outras boutiques parceiras. Esta ideia de dar uma segunda vida aos artigos, seja de que preço for, tem, a nível global, um volume de 25 mil milhões de euros.

Um outro exemplo de revenda de produtos de luxo, é a United Boutiques que, também em 2019, iniciou a sua plataforma outlet online, onde os lojistas podem vender o stock não utilizado nos anos anteriores. O grande objetivo é evitar o desperdício dos recursos já utilizados na produção e distribuição dos materiais.

Estes são dois exemplos de grandes plataformas portuguesas, pioneiros na revenda de artigos de luxo para um nicho de mercado. Com o tempo, e especialmente durante a pandemia, milhares de individuais começaram a revender os seus bens e outros milhares aderiram a este novo mercado online sustentável.

Hoje é já um statement comprar em segunda mão. Mostra preocupação, dedicação e é o novo “estar na moda”. Contudo, por muito que ninguém admita, é muito mais confortável e saudável para as carteiras, comprar coisas em bom estado e de marca, a um preço muito mais baixo, do que pagar novo. Segundo Graça Guedes, para a noticiasmagazine, a questão ambiental é só uma desculpa. A especialista em Design e Marketing de moda numa orientação de sustentabilidade, acredita que a motivação das pessoas é a crise, mas que usam o ambientalismo para justificar as suas compras de luxo.

A All Closets, plataforma de venda de produtos de segunda mão, começou numa brincadeira durante os primeiros 15 dias de isolamento. No entretanto, tal foi o seu crescimento ao longo da pandemia, que o que começou por ser uma página nas redes sociais, é agora loja online para todos os que quiserem vender, ou comprar, peças que já não são usadas pelos primeiros donos. A fundadora deixou o seu emprego full time para se dedicar totalmente à nova plataforma que cresce a olhos vistos.

A Boston Consulting Group, antecipou que o mercado de segunda mão deve crescer entre 15% a 20% anualmente ao longo dos próximos 5 anos. Já temos marcas como Gucci, Burberry e Prada, que repensam o seu investimento e parcerias para uma nova vida para as suas peças.

Mas porquê? Quererão estas grandes marcas saber do ambiente e sustentabilidade? Sim!

As plataformas online são cada vez mais e vemos lojas vintage por todo o lado, por isso todos os negócios da moda terão de se adaptar! Para além disso, é o que o cliente questiona, cada vez mais, o que exige uma adaptação. E a moda de luxo não quer ficar de fora!

A indústria têxtil é das mais poluentes do mundo! Por cada peça comprada em segunda mão, em vez de uma nova, poupam-se milhares de litros de água e evita-se emissão de dezenas de quilogramas de carbono para a atmosfera. A pegada humana entra aqui e pode e deve ser reduzida por todos nós.

É aqui o primeiro passo do Marketing sustentável, estejas no ramo têxtil ou não: mostrar ao teu público qual o teu contributo para a redução desta pegada!

Estes são os principais benefícios do marketing sustentável:

  • Reconhecimento da marca;
  • Conformidade com os regulamentos;
  • Aquisição de clientes e parceiros;
  • Maior retorno do investimento.

Explicamos-te também as três etapas mais importantes para um marketing sustentável de sucesso.

Primeiro, pensa bem no teu produto ou serviço. De que forma é que este pode ser mais sustentável? Não prometas coisas que não podes cumprir. Por vezes, mais vale uma mudança pequena mas eficaz, do que muitas palavras e falhar. O que nos leva também ao segundo fator: a tua comunicação.

Sê simples e direto. Se o que estás a mudar ainda só se aplica a processos internos, explica isso aos teus clientes. Mostras-lhes evolução e consistência! Muitos dos processos não são possíveis de um dia para o outro, por isso esclarece que as mudanças estão a ser feitas dentro das capacidades da empresa e que lá chegarão. Assim, transmites o terceiro fator de uma marketing sustentável de sucesso, a transparência.

Conseguimos, assim, concluir que o Marketing sustentável é uma ferramenta muito forte nos dias de hoje e pode fazer a diferença na estratégia da tua empresa. Considerando que todos têm a necessidade de encontrar soluções para proteger o ambiente, a economia e a sociedade, tu podes mostrar ser parte da solução e não do problema. Mostra o teu compromisso.

Se ainda não conheces, vê o excelente trabalho da Black Monster Media em campanhas verdes para o espaço Coola Boola que trabalha com marcas sustentáveis e possui uma loja em segunda mão também.

Cada vez mais as compras serão baseadas em desperdício zero, sem embalagens, sacos ou talões.

Cada vez mais os consumidores querem a sensação de que as empresas prioritizam a qualidade de vida de qualquer um envolvido na produção e desenvolvimento dos produtos ou serviços.

Cada vez mais, queremos menos.

1 Comment

  • Cleia Almeida
    Posted Janeiro 8, 2022 at 7:52 pm
    5.0/5

    Muito interessante e pertinente

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