O futuro é artificial?
Já ouviste falar de Edge AI? Se tens uma Alexa na tua vida e lhe fazes muitas perguntas e pedidos, a resposta é sim. A Alexa é uma assistente virtual criada a partir deste tipo de inteligência Artificial. Hey Alexa, you’re so edgy!
O Edge AI vai-nos fazer muita companhia nos próximos anos, mas primeiro convém saber o que ele é. O Edge Artificial Intelligence é a combinação de Edge computing e Inteligência artificial, sendo “o processamento de algoritmos de Inteligência Artificial na borda, isto é, nos próprios dispositivos utilizados pelos usuários. O conceito deriva de Edge Computing, que parte da mesma premissa: dados são armazenados, processados e gerenciados diretamente nos endpoints da Internet das Coisas (IoT)” – MJV.
Assim, o dispositivo não precisa de estar conectado à internet para usar a Edge AI, sendo possível processar a informação em milissegundos. Exemplos desta tecnologia são os altifalantes do Google, Alexa ou do Apple Homepod, que aprenderam palavras e frases através do Machine Learning que foram posteriormente armazenadas localmente no dispositivo. “Quando o usuário comunica algo a aplicações como o Siri ou Google, ele envia a gravação de voz para uma rede Edge onde ela é passada para o texto via AI e uma resposta é processada. Sem uma rede Edge o tempo de resposta seria de segundos, com a Edge os tempos são reduzidos para menos de 400 milissegundos.” – Softtek
Este tipo de tecnologia está também já associado a sistemas de vigilância e segurança como câmaras de reconhecimento facial. A Austrália é um dos principais países a utilizar esta tecnologia apesar de alguma controvérsia. Ali, se tiveres Covid e não estiveres a fazer a quarentena obrigatória não escapas… they are watching you!
“ Australia stands out as the only democracy to use facial recognition technology to aid Covid-19 containment procedures while other countries were pushing back against the idea of such surveillance.” – BBC
A polícia australiana não brinca em tempos de pandemia. Se tens Covid vais receber várias mensagens ao longo do dia através da app G2G e até te pedem uma selfie! Não é para ver o quão miserável está o teu aspeto doente, mas sim para fazer um tracking da tua localização. Selfie fora de casa? Não escapas… Apesar de toda a polémica gerada entre ativistas dos direitos humanos no que toca a este tipo de recolha de data, a app G2G foi uma mais valia depois dos incêndios de 2020 no país, que destruíram casas e documentos de identificação de milhares de pessoas. A app serviu como um aliado para identificação daqueles que se podiam candidatar a apoios financeiros devido a desastres naturais.
Também a Ucrânia está mais recentemente a utilizar este tipo de tecnologia para identificar os vivos e os mortos. A empresa Clearview AI aliou-se ao governo ucraniano para apoiar a identificação de vítimas da guerra.
« “Clearview is perhaps the most famous, and controversial, facial recognition system in the world.
The company has scraped billions of photos from social media companies, like Facebook and Twitter, to create an enormous database of what its CEO and founder Hoan Ton-That calls “a search engine for faces”. It kind of works like Google. But instead of putting in a string of words or text, the user puts in a photo of a face,” explains Mr Ton-That.”» – BBC
Conseguir associar um nome a um corpo que sofreu trauma físico pode ser uma tarefa que nada tem de simples, a não ser que haja o apoio desta tecnologia. Por exemplo, em Kharkiv, um homem foi encontrado morto pelas autoridades, sem identificação, e através de uma fotografia carregada na base de dados da Clearview foi possível descobrir quem era esta pessoa. Mas, usar reconhecimento facial para identificar os mortos não é novidade.
Nas escolas em Nova Iorque, também há quem queira implementar este sistema de forma a proteger os estudantes e assegurar maior controlo de quem entra nestes espaços. E na Etiópia há 70 milhões de ID’s digitais prontos a serem entregues até 2025
Como podes ver não é só nos negócios e empresas que esta ferramenta pode ser muito útil!
E tu, o que achas deste tipo de tecnologia? Uma violação dos direitos humanos? Pouco ética? É o que o futuro precisa? Não te esqueças, se já publicaste uma foto online é provável que já estejas na base de dados…
Descobre mais sobre a empresa Clearview aqui e vê mais criações monstruosas aqui
