Bill Viola, artista americano que desenvolveu um trabalho notório na contemporaneidade.
O seu trabalho apela principalmente às experiências pessoais de cada um, projetando assim as suas próprias, deste modo cria uma certa ligação entre a sua obra e o espetador.
Este exemplo em “Five Angels for the Millennium”, o artista relembra uma velha memória de se ter atirado para um lago e não se segurar à respetiva boia, afundando-se.
Segundo ele, obteve a visão mais bonita de toda a sua vida, perante este exemplo denota-se uma experiência que nos é comum a quase todos, quando estamos debaixo de água temos contacto com outra realidade diferente da nossa e que nos desperta uma certa curiosidade, ou então, relembra-nos deste pormenor que já o sentimos mas não o memorizamos tão conscientemente, que por um lado torna-se uma característica bastante presente no seu trabalho, o pormenor.
Bill Viola trabalha as suas peças de forma a realçar certos pormenores da vida que nos passam de uma maneira tão despercebida e mecanizada que nem sequer pensamos neles.
Em “Heaven and Earth”, Viola coloca dois monitores, um a representar a vida e outro a morte, mais um exemplo de um pormenor que naturalmente somos obrigados a vivenciar mas sem esta consciência de enfrentar as duas situações.
O artista também está muito ligado à vida e à morte, como podemos ver nas suas obras, pois a questão relacionada com a imersão e emersão, do fogo e a água, também se pode relacionar com a vida e a morte. Questiona a natureza humana de maneira fantástica com estes paradoxos.
Claramente que Bill Viola em muitas das suas obras foi buscar influencias Barrocas, não só em termos de composições e temática, mas também nos contrastes de luz e sombra característicos desta época.
A utilização da tecnologia nas suas obras também é importante, pois segundo Viola, ele próprio tinha medo dela referindo a citação que o fez mudar esse aspeto “Um garfo pode servir para te matar mas também para te alimentar se tiveres fome, depende do sentimento de quem o maneja”.
Esta citação leva-me a acreditar que a ideia da câmara como um olho aberto leva a uma fusão entre a tecnologia e o ser humano, que nas suas obras obriga o espetador a encarar a peça como se fosse a sua própria visão.
Assim, a meu ver, Bill Viola utilizou a tecnologia da melhor maneira possível dando ao mundo a sua excelente obra, que embora não conheça pessoalmente me deixa bastante curioso de presenciar por não deixar ninguém indiferente.