“I like to think that now that I’m not recording everything they do, Calvin & Hobbes are out there having an even better time.”
“É um mundo mágico, Hobbes, companheiro….Anda, vamos explorar”.
E assim, o animado menino de 6 anos e seu melhor amigo nunca mais foram vistos – pelo menos não em novas imagens.
Disseram adeus há 27 anos, mas são personagens com uma história que continua a encantar-nos, na verdade, nunca nos deixaram completamente.
Calvin é um menino de 6 anos, irrequieto, filho único, que brinca com o seu inseparável tigre de peluche, Hobbes. Este ganha vida sempre que os dois estão sozinhos e juntos exploram e criam mundos diversos com a sua prodigiosa imaginação.
A natureza rebelde de Calvin é frequentemente colocada em causa por Hobbes que, vivo apenas através dos olhos de Calvin, se apresenta muitas vezes como a voz da razão.
Visto como uma forma de fugir ao mundo real (e de todas as “obrigações que travam e prendem” Calvin, como a escola, trabalhos de casa e tarefas domésticas) juntos desafiam leis, criam mundos e universos alternativos e exploram a natureza.
Na verdade, estes 2 personagens foram inspirados em 2 pensadores europeus:
João Calvino, teólogo do século XVI e Thomas Hobbes, filósofo do século XVII. Considerada por muitos como a melhor tira de banda desenhada a ser publicada em jornais, surge pela primeira vez em 1985.
Formado em ciências políticas, Bill Waterson ficou conhecido pelas suas críticas negativas ao sindicato dos cartoonistas e pelo seus esforços em expandir e elevar a banda desenhada de jornal para uma forma de arte. Não há “high art” nem “low art”, só arte.
Ainda que tenha obtido lucros dos seus desenhos, Bill Waterson sempre professou um sentimento capitalista e proibiu a editora de vender os direitos para lançar no mercado artigos de merchandising. Recusou sempre pois acredita que iria desvalorizar os seus personagens.
Chegou a fazer sessões de autógrafos às escondidas, na sua terra natal, mas quando viu que esses exemplares eram vendidos a preços altos, deixou de o fazer.
Em 1995 anunciou que a 31 de Dezembro iria ser publicada a última tira de Calvin e Hobbes.
“It seemed a gesture of respect and gratitude toward my characters to leave them at top form.”
Brilhou nas páginas por uma bela década antes de sair para o espaço em branco da nossa imaginação, confiando em nós para continuar as próximas aventuras nas nossas cabeças. E até hoje, a criação – traduzida em mais de 40 línguas – vendeu mais de 30 milhões de exemplares e está sempre presente nas listas de best-sellers , continuando a atrair novos leitores.
Uma neve fresca é como “ter uma grande folha de papel branca para desenhar!” diz Hobbes na tira final. Esse diálogo reflete a pura alegria da banda desenhada em levar os leitores a passeios selvagens, explorando as possibilidades criativas.
